terça-feira, novembro 29, 2005

Música de um Deus menor

David Fonseca
"Our Hearths Will Beat as One"
(Outubro de 2005, Universal)

Primeiro, sou fã incondicional dos extintos Silence 4 tendo o Silence Becomes It como um dos meus cd's nacionais favoritos. Segundo, até que não desgostei do primeiro trabalho a solo do David Fonseca. Terceiro, hoje comprei o último album. Quarto, é exponencialmente melhor que o primeiro. Quinto, é que gosto mesmo. Sexto, porra é que tem mesmo músicas boas.
(Foto: Rita Carmo)

-David Fonseca

domingo, novembro 27, 2005

E a propósito do Sing'in in The Rain

Vejam este anúncio ao Golf GTI.

LINK DO VIDEO

Querido Pai Natal...


...eu sei que nem sempre me portei bem, mas mesmo assim insisto em escrever-te. Sim ainda estou um pouco ressentido por causa do camião de bombeiros que não me deste circa '93 mas pronto, eu finjo que acredito nas balelas que me contaste sobre não conseguires meter os elfos a fazerem horas extraordinárias (se os putos na china fazem, os elfos também fazem mas pronto).
Contudo este ano peço-te apenas tempo. Sim, este Natal quero que me dês tempo para ir ver tudo aquilo que quero na Cinemateca. Vou-te dar a lista de filmes e tenta fazer o teu melhor para eu ver tudo:

-A Night at The Opera
de Sam Wood
09/12 - 15:30

-Gone With the Wind
de Victor Fleming
13/12 - 15:00

-Sing'in in the Rain
de Stanley Donen e Gene Kelly
16/12 15:30

-The Four Horsemen of the Apocalypse
de Vincent Minnelli
29/12 - 15:30

-King Kong
de Merian C. Cooper e Ernest B Schoedsack
02/12 - 19:00

-Creature of the Black Lagoon
de Jack Arnold
03/12 - 21:30

-Saraband
de Ingmar Bergman
13/12 - 21:30

-The Importance of Being Earnest
de Anthony Asquith
13/12 - 22:00
22/12 - 22:00

-The Paradine Case
de Alfred Hitchcock
15/12 - 22:00
17/12 - 22.00

-India Song
de Marguerite Duras
28/12 - 19:30

-Some Like it Hot
de Billy Wilder
28/12 - 21:30

-Satyricon
de Federico Fellini
06/12 - 21:30

-Breakfast at Tiffany's
de Blake Edwards
15/12 - 19:00

-Curtas de Disney
27/12 - 22.00

A dois euros o filme gasto vinte e oito euros. Mas repito. O meu principal problema é mesmo o tempo.
Forte abraço, cumprimentos lá em casa.

-Cinemateca

sábado, novembro 19, 2005

E a música do anúncio da Sony é de...

... José Gonzalez. Para além do anúncio ser brilhante a música é genial. Chama-se "Heartbeats" e é originalmente dos The Knifes. O senhor Gonzalez tem um álbum editado com o nome de Veneer e do pouco que ouvi parece-me muito bom. Guitarra acústica, voz e boas letras. Só. E chega.
Não sei porquê faz-me lembrar uma banda inglesa de seu nome Bôa que fez a genial "Duvet" (originalmente no álbum "A Race of a Thousand Camels") para a banda sonora da série de anime Serial Experiments Lain que assim de repente é apenas a melhor série de todos os tempos. A sério. Vão por mim. É a melhor.

José Gonzalez
Anúncio da Sony

sexta-feira, novembro 18, 2005

Video+Street Art

Foi lançando recentemente um vídeo sobre street art de seu nome "Carnet de Rue" do artista JR. O que é que isto tem a ver com música? Nada. Mas é um grande video, bem interessante, cheio de boa fotografia, e trabalhos interessantes de artistas como The London Police, Miss Van ou El Tono et Nuria. Para os amantes, e futuros amantes de street art é um video bem castiço.

-Video
-Site de JR

quinta-feira, novembro 17, 2005

Alta Rotação

Mos Def
"Black On Both Sides"
(12 de Outubro de 1999, Priority Records)


Nada Surf
"The Weight is a Gift"
(13 de Setembro de 2005, Barsuk)

Primeiro, estes dois discos andam em alta rotação com destaque para o do Mos Def. Como actor é decente (vá, fraquinho mas com um timing cómico do camandro), mas como mc este senhor legisla. Tem um flow impecável que faz lembrar em certos momentos um membro perdido dos A Tribe Called Quest. Tem um senhor álbum que está finalmente a agarrar-se a mim como um caramelo de Badajoz ao céu da boca. Nada Surf é engraçadito e fácil de ouvir. Enough said.

Segundo, sei que isto tem andado um pouco (e eu a dar-lhe nos eufemismos; tem andado muito) desleixado. Mas a ideia deste dito blog não é ser uma bíblia. É apenas um depositório de "Devaneios mentais, verborreias e opiniões infundamentadas." logo é bem possível que de tempos a tempos isto sofra uma paralização para do nada voltar à vida.

Notas finais: Devendra Banhart é um senhor, Caveira é amor, amanhã à Linda Martini no Lounge e sei que há quem tenha problemas em ver o blog. Isso deve-se ao Internet Explorer. Qualquer outro browser dá sem problema e aconselho o Firefox.

terça-feira, novembro 08, 2005

5 músicas para ouvir no dentista



A experiência no dentista é única. Assim como as dores. Únicas. Se tivesse que fazer uma banda sonora descritiva (por oposição a narrativa) de uma ida ao dentista seria algo como:

-A Chegada
Alasdair Roberts - Farewell Sorrow

-O Primeiro Contacto com a Broca
Lightning Bolt - 30000 Monkies

-O Trabalho
Zongamin - Bongo Song

-O Apogeu da Dor
Black Dice - Lambs Like Fruit

-A Partida
Collen - The Hearth Harmonicon

E não. Não fui recentemente ao dentista.

sábado, novembro 05, 2005

10 Músicas para o final de tarde



Boozoo Bajou - S.I.P
Broken Social Scene - Pacific Theme
Final Fantasy - The CN Tower Belongs to the Dead
Mos Def - May-December
The New Pornographers - Sing Me Spanish Techno
Paul McCartney - Riding the Vanity Fair
Shivaree - Gone 2 Far
Sufjan Stevens - Detroit, Lift Up Your Weary Heat!
Tujiko Nuriko - Penguin
Velvet Underground - Sweet Jane

Para compreender esta selecção é fulcral indicar qual o critério que usei na escolha destas 10 músicas para ouvir hoje à tarde. O critério foi inexistente. São apenas 10 músicas que gosto muito. Ciêntifico não é?

Seu Jorge @ Aula Magna


"...Seu Jorge é irrequieto. Dança na cadeira, gira-a, vira-se para os músicos e conquista todos com a naturalidade que lhe parece ser inata. Está em casa quando está no palco e a massa de gente que se senta em frente a ele, vê honestidade na sua guitarra e não precisa do seu comando para participar pois à segunda música já dança de pé...."

Artigo na integra na Rua de Baixo.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Última Compra

Nick Drake
Bryter Layter

Conheci este senhor através da muito boa banda sonora do filme Garden State e desde esse momento que estou rendido. Nick Drake criou um álbum descomunal quando se sentou para escrever Bryter Layter.
São 12 músicas com a participação do monstro sagrado John Cale, de uma sensibilidade enorme, apenas comparável às monumentais orquestrações e voz maviosa que se esconde por aqui.
O LP foi lançado em 70 e 4 anos depois, Nick Drake morre no seu sono por overdose de um anti-depressivo. Para a história fica um álbum brilhante, e uma carreira curta demais.

Músicas a destacar:
-Hazy Jane I
-One of this things first

As fotos de Rita Carmo


Para quem não conhece o seu trabalho, pode ver as suas mágnificas fotos aqui.
Brevemente uma crítica ao álbum destes rapazes na foto.

quinta-feira, novembro 03, 2005

3 Álbums para ouvir de seguida


















Boards of Canada

"The Campfire Headphase"
(18 de Outubro de 2005, Warp Records)
Lançado este ano, o novo dos Boards of Canada distancia-se bastante do último trabalho de longa duração Geogaddi (no final de 2002 ainda foi lançado o EP Twoism). Depois de um trabalho onde a batida era a base do som, "The Campfire Headphase" acenta muito mais na melodia. Não que em Geogaddi esta fosse descurada, apenas funcionava como acessório. Aqui residem ritmos 4/4 simples mas cheias de camadas sonoras. É um album mais acessível, de ambiências mais leves mas cheio de contornos interessantes. Muito anunciaram o fim de uma das bandas mais interessantes, contudo penso que seja apenas uma evolução natural. Cresce em nós numa relação directa com as vezes que o ouvimos e é sem dúvida, um dos albuns do ano.



















Four Tet

"Everything Ecstatic"
(23 de Março de 2005, Domino
Também lançado este ano, "Everything Ecstatic" é uma orgia de 42 minutos de percussão. Numerosas batidas são condensadas, cortadas, invertidas, remisturadas e distribuidas por 10 brilhantes músicas. Este album existe não só como exercicio de produção pois cada música é equilibrada com as doses certas de condimentos. Existe por detrás de cada faixa uma linha estruturante bem definida e uma lógica narrativa bem evidente. No entanto, não é um trabalho óbvio e previsível. Não existe uma fórmula para a estrutura, e esta varia mantendo um consistencia e coêrencia impressionante. A melodia subtil segue as batidas alarves e existe num plano mais abstracto que as melodias de "The Campfire Headphase". O seu papel é real e existe no contexto da canção sempre como interveniente mas nunca como personagem principal.


















Brian Eno

"Another Day on Earth"
(14 de Junho de 2005, Hannibal)

Brian Eno tem uma carreira com várias páginas, onde habitam inúmeros trabalhos de qualidade inegável. Ao contrário dos outros dois álbuns, neste existe uma sensibilidade pop que os outros afastam e negam algures entre a experimentação e um onanismo contido. No singular e sem comparação, este álbum remete para ambiências urbanas, onde a vida passou e voltará a passar. É me impossivel não imaginar o amanhecer e toda a fauna que nele habita, quando ouço este trabalho. Talvez influênciado pela capa, todo o som me parece distante do ocidental, não no miolo, mas algures na crosta. As músicas são simples, directas e irrefutáveis. São aquilo que se apresenta e não nos surpreendem. Não obstante, agarram e vemo-nos forçados a voltar a elas, várias vezes, com humores diferentes, e embora ela não mudem, soam tão frescas como a primeira vez que as ouvimos.